15 de outubro de 2011

Sobre vícios (2).



Vício - sm. 1.Defeito grave que torna uma pessoa ou coisa inadequadas para certos fins ou funções;
4.Conduta ou costume censurável ou condenável; libertinagem, licenciosidade, devassidão;
6.Costume prejudicial; costumeira;

Para definir vício eu usaria unicamente a palavra apego. Você se vicia em algo quando passar a ter tamanha afeição por esse algo, quando nada lhe dá mais prazer senão a posse da tal coisa. Bem, todo ser humano, está suscetível à vícios, não poderia ser diferente comigo. No entanto, sabemos que comigo as coisas são mais tortas, confusas, intricadas.. Enfim, use você o adjetivo que achar melhor. Pois bem, sabendo disso, dei-me conta que tenho vício em vícios.
Eu não sei ser só, preciso de apegos. (Não precisa me dizer que isso é inócuo, inadequado e demonstra uma gama de fraquezas juvenis, pois eu estou ciente disso.) Eu poderia inclusive sentar-me aqui e citar uma infinitude de vícios e suas respectivas razões, mas seria uma longa história e eu não tenho tempo agora para uma longa história, a não ser que você tenha interesse e me questione sobre elas.. terei prazer em contá-las. rs Bem, entre tantos vícios/apegos tenho um em especial: séries. Principalmente as americanas, com toda aquela cenografia, nas cidades mais luxuosas e encantadoras do mundo, todo aquele romance exacerbado, onde aqueles atores cheios de empolgação dizem coisas que eu (e toda menina/mulher de que se tem conhecimento) sempre quis ouvir e/ou dizer. Onde tudo dá sempre certo, todo mundo fica com quem tem que ficar, onde os mocinhos nem sempre tão bonzinhos, se amam e ninguém, por mais que tente, consegue separá-los. Eu pessoalmente não consigo imaginar uma pessoa que não desejasse uma vida daquelas. Como não poderia ser diferente eu acompanho várias dessas fantásticas séries.. vai de vampiros, lobisomens, New York à séries médicas. Nessa tarde, antes de redigir esse rios de bobagens totalmente dispensáveis, eu estava numa maratona de "grey's anatomy", assistindo um episódio seguido de outro, como se não tivesse uma infinidade de coisas a fazer, como estudar a temida IED e Ciência Política para um seminário que apresentarei pra uma turma de 80 alunos e uma professora que não vai muito com minha cara, mas isso não vem ao caso. Como eu dizia.. esse é meu vício/apego atual, onde eu desando a chorar, além de me identificar com metade dos personagens a cada episódio, comparando suas histórias às minhas, tentando usar seus métodos fictícios pra resolver meus problemas reais. Meredith Grey com sua sensibilidade, problemas familiares, e seu relacionamento inconstante que lhe causa mais mal do que qualquer outra coisa, mas ainda assim ela continuam insistindo. (onde eu me assemelho)Cristina Yang, com aquela personalidade fria, manipuladora, obcecada em realizar seus objetivos (que é o que eu adoraria ser com todas as minhas forças). Enfim.. nesta tarde, eu fiquei instigada num diálogo entre a cirurgiã ortopedista Callie e George, onde ela inconformada com as indecisões do rapaz, diz tudo que eu gostaria de ter dito um dia, ou talvez já tenha dito, mas que seria tão melhor compreendido se fosse dito daquela maneira...


Callie: "Eu fui rude com você, me desculpe. Eu entendi o que você quis dizer, você estava comprometido conosco. Você é comprometido. Quando terminamos, eu esperei ouvir isso de você por muito tempo, e você espera até agora pra me dizer isso, depois de termos terminado? Estou fora do meu centro aqui, eu quebro ossos pra viver.. eu passo a maior parte da noite trabalhando. Não ligo a mínima para o que as pessoas pensam sobre mim. Porque eu sou uma feliz, independente e bem sucedida mulher... e eu gosto de ser assim. Só que quando você diz essas coisas... tornam as coisas muito difíceis.. então por favor.. não venha mais atrás de mim. Ao menos que você queira ficar comigo."


Fiz minhas, suas palavras.
Porque quando se aproximas, me torno o que não sou, o que abomino. Então afaste-se!

Au Revoir!